Vivemos na era dos dados, onde a capacidade de coletar, processar e interpretar informações em larga escala tornou-se essencial para o sucesso das organizações. A crescente digitalização de processos, a proliferação de dispositivos conectados e a expansão das redes sociais geraram volumes de dados sem precedentes. Esses dados, quando bem gerenciados e analisados, oferecem insights valiosos que podem transformar a maneira como empresas operam, inovam e competem.

No entanto, trabalhar com Big Data vai além de simplesmente lidar com grandes quantidades de informações. Envolve também a complexidade de diferentes formatos de dados, a necessidade de processamento em tempo real, e a garantia de que as informações sejam precisas e confiáveis. Para lidar com esses desafios, ao longo dos anos, diferentes organizações e especialistas propuseram modelos para descrever as principais características do Big Data. Esses modelos são frequentemente estruturados em torno dos "Vs", que representam as dimensões críticas dos dados em grande escala.

O conceito dos "Vs" serve como um guia para entender as nuances do Big Data, desde o volume avassalador de informações até o valor estratégico que pode ser extraído delas. Neste artigo, exploraremos como essas dimensões evoluíram, começando pelos 3Vs introduzidos pelo Gartner em 2001, até os modelos mais recentes que incorporam características adicionais, refletindo a complexidade crescente do ambiente de dados moderno.

 

1. Os 3Vs do Big Data (Gartner - Douglas Laney, 2001)

O conceito dos 3Vs foi introduzido por Douglas Laney em 2001, em um whitepaper publicado pela Gartner. Ele propôs três dimensões principais para definir o Big Data:

  • Volume: Refere-se à quantidade massiva de dados gerados e coletados pelas organizações. Com o crescimento exponencial das fontes de dados, como redes sociais, dispositivos IoT e transações digitais, o volume de dados se tornou um dos principais desafios no gerenciamento de Big Data.
  • Velocidade: Diz respeito à rapidez com que os dados são gerados e precisam ser processados. A capacidade de capturar e analisar dados em tempo real é crucial para empresas que desejam tomar decisões informadas e imediatas.
  • Variabilidade: Inicialmente referida como Variedade, a variabilidade evoluiu para incluir não apenas os diferentes tipos de dados (estruturados, semiestruturados, não estruturados), mas também a natureza mutável dos dados ao longo do tempo. Dados dinâmicos exigem técnicas sofisticadas para análise eficiente.

 

2. Os 4Vs do Big Data (IBM)

A IBM expandiu a interpretação original de Laney, adicionando um quarto "V" à fórmula, ressaltando a complexidade do Big Data:

  • Volume
  • Velocidade
  • Variedade: Refere-se à diversidade de tipos de dados, incluindo texto, áudio, vídeo, dados estruturados e não estruturados. Esta dimensão enfatiza a necessidade de ferramentas e técnicas que possam lidar com diferentes formatos e fontes de dados.
  • Veracidade: Trata-se da qualidade e confiabilidade dos dados. Com a quantidade crescente de dados provenientes de diversas fontes, a veracidade destaca a importância de assegurar que os dados sejam precisos e confiáveis, minimizando o risco de análise baseada em informações erradas.

 

3. Os 6Vs do Big Data (Microsoft)

A Microsoft ampliou ainda mais a definição do Big Data, adicionando dois novos “Vs” à estrutura existente, criando um modelo com 6Vs:

  • Volume
  • Velocidade
  • Variedade
  • Veracidade
  • Valência: Refere-se à conectividade dos dados, ou seja, a capacidade de associar dados entre si para formar insights mais profundos. Dados isolados têm menos valor comparados aos dados que podem ser correlacionados com outros conjuntos de informações.
  • Valor: A última dimensão se concentra no valor extraído dos dados. A Microsoft destaca que o verdadeiro poder do Big Data reside na capacidade de transformá-lo em valor tangível, impulsionando inovação, eficiência operacional e vantagem competitiva.

 

4. Os 5Vs do Big Data (Yuri Demchenko, 2014)

Em 2014, Yuri Demchenko propôs uma versão que engloba cinco dimensões, baseada nas definições anteriores, mas com foco adicional na importância do valor gerado pelos dados:

  • Volume
  • Velocidade
  • Variedade
  • Veracidade
  • Valor: Demchenko reforça a importância de extrair valor prático dos dados. Este "V" final sublinha a premissa de que o Big Data não deve ser apenas gerenciado e analisado, mas sim transformado em insights acionáveis e relevantes para os objetivos estratégicos das organizações.

 

O conceito dos “Vs” do Big Data evoluiu e se expandiu ao longo do tempo para capturar a complexidade e as nuances de trabalhar com grandes volumes de dados. Desde os 3Vs iniciais propostos por Douglas Laney, até as versões mais recentes e sofisticadas que incluem veracidade, valência e valor, esses modelos fornecem uma estrutura essencial para entender e gerenciar o Big Data. À medida que o cenário de dados continua a crescer em complexidade, essas dimensões continuarão a ser fundamentais para a análise eficaz e a tomada de decisões baseada em dados.